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UNÂNIME – Moacyr Auersvald reeleito presidente da Contratuh

11 de agosto de 2017


Com quase 90% de quórum, os delegados da Confederação Nacional dos Trabalhadores de Turismo e Hospitalidade (CONTRATUH) reelegeram, por unanimidade, a chapa encabeçada por Moacyr Roberto Tesch Auersvald. A votação ocorreu nesta quinta-feira (10/08), em Brasília, durante o Seminário Nacional sobre os reflexos da Rerfoma Trabalhista nas relações de Trabalho e Sindical, promovido pela confederação e que recebeu especialistas para discutir os desafios do movimento sindical após aprovação da lei.

“Sinto uma grande responsabilidade em seguir representando o setor deTurismo e Hospitalidade. É muito difícil ser eleito com cem por cento dos votos e isso aumenta nosso compromisso com a classe trabalhadora. Agradeço a todas e todos, lembrando que é tempo de lutar pelos nossos direitos, num dos momentos mais delicados da história do país, com tantas ameaças e reformas laborais absurdas propostas e sancionadas”, discursou Moacyr.

A diretoria eleita assumirá o mandato de cinco anos a partir de dezembro, quanto será empossada. “Não temos o que comemorar, mas sim trabalhar bastante para reverter as grandes perdas trabalhistas que tivemos em tão pouco tempo. É hora de união de todas as entidades sindicais, pois, como sempre digo, somente juntos somos fortes.”

Ciclo de palestras 

O Seminário, que ocorreu durante todo o dia de votação, recebeu, entre os especialistas, a desembargadora aposentada Magda Biavaschi, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT4), que explicou as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que o órgão está se adiantando e reconhecendo possibilidades previstas da Reforma Trabalhista antes mesmo do projeto sancionado pelo presidente Michel Temer entrar em vigor.

“A supremacia do negociado sobre o legislado, a terceirização do serviço público ou a relação das horas in tineres são alguns dos vários aspectos que foram incorporados pela Reforma Trabalhista, mas já estão nas decisões do Supremo. De certa forma, o STF está constituindo as condições materiais da própria reforma”, disse Biavaschi.

O secretário regional da União Internacional dos Trabalhadores na Alimentação (UITA), Gerardo Iglesias, também falou aos presentes e colocou que reformas, como as aplicadas no Brasil, não são novidade e já ocorrem em vários países. “França e Espanha sofreram alterações trabalhistas semelhantes ao que acontece aqui, inclusive com os mesmos argumentos: regularizar economia e o mercado de trabalho para gerar emprego”, avaliou.

“Na prática, em nenhum lugar onde foram aplicadas essas reformas houve melhoria da economia ou geração de empregos, pelo contrário. Um estudo da Organização Mundial do Trabalho feito com 111 países mostrou que aqueles que modificaram suas leis trabalhistas desmontaram toda a proteção de direitos e hoje tem mais desemprego e uma situação econômica pior”, alertou Gerardo.

A última palestra do dia foi proferida pelo assessor parlamentar do Diap, Neuriberg Dias, que falou sobre o contexto histórico das iniciativas para flexibilizar direitos, as mudanças e impactos da reforma trabalhista e fez um mapa da conjuntura atual finalizando com o balanço e agenda do 2º semestre do Congresso Nacional. “A reforma trabalhista representa um dos maiores retrocessos sociais em relação aos direitos conquistados pelos trabalhadores em toda sua história. A Lei 13.467/2017 tem como lógica facilitar a contratação de trabalhadores e reduzir o custo do trabalho sendo uma das principais reivindicações encabeçadas pelo setor empresarial. Os trabalhadores e as entidades sindicais devem ter a clareza de que, se nada for feito para reverter este quadro, a classe trabalhadora poderá sofrer uma das maiores retiradas de direito, com retrocessos sociais inomináveis”, finalizou.

 

Texto publicado originalmente em: Contratuh