O presidente da NCST, José Calixto Ramos, o secretário-geral da NCST e presidente da CONTRATUH, Moacyr Roberto Tesch Auersvald, o diretor de finanças da entidade, João Domingos Gomes dos Santos e líderes das demais centrais sindicais reuniram-se, nessa terça-feira (07), com o novo Ministro do Trabalho, Caio Luiz de Almeida Vieira de Mello. Na oportunidade – a primeira com o comandante da pasta -, as lideranças sindicais denunciaram os trágicos impactos sociais resultantes da chamada “reforma” trabalhista e solicitaram o resgate do respeito, do protagonismo e do pragmatismo do Ministério do Trabalho.
As entidades sindicais elencaram, também, a precarização do trabalho e cobraram ações do governo para frear retrocesso.
Avaliação da NCST
“Esse é o primeiro contanto que estamos tendo com o ministro. Aproveitamos a oportunidade para apresentar barbaridades da chamada reforma trabalhista implementada pelo governo. O resultado prático pode ser verificado com a precarização das relações entre capital e trabalho e o enfraquecimento da representação sindical da classe trabalhadora por meio do corte abrupto do único recurso compulsório que essas entidades dispunham para trabalhar. O novo ministro assume em uma situação espinhosa, com o Ministério do Trabalho devassado pelas investigações da Polícia Federal, simultaneamente a um intervalo de mandato muito curto para sanar problemas de outros ocupantes do cargo. Desejamos a retomada do respeito, do protagonismo, do pragmatismo e, no que for possível, colaborar para o resgate da credibilidade deste Ministério junto a classe trabalhadora”, argumentou Calixto
“Para nós, os trabalhadores, essa mesa aqui é a mesa mais importante que nós temos; é a mesa do Ministério do Trabalho. O apelo que faço a Vossa Excelência, é que nos represente com dignidade junto à Presidência da República, a dignidade que o trabalhador merece. Alguns ministros que aqui passaram, venderam a dignidade do trabalhador. Atropelaram a representação sindical dos trabalhadores e fizerem a reforma do jeito que eles queriam. Vossa Excelência sabe muito bem que o projeto encaminhado pelo governo continha entre 7 a 8 itens que, ao chegar ao Congresso Nacional, saiu com mais de 100 alterações, entre elas, o fim do movimento sindical brasileiro. Vossa Excelência tem um currículo invejável e sua experiência poderá ser muito útil. Tenha certeza de que iremos te apoiar desde que esse apoio seja recíproco. Como iremos apoiar alguém que está nos enfiando uma faca nas costas? Espero que isso não aconteça e que o senhor consiga colocar ordem na casa. Isso é o que nós pedimos de coração e, esperamos, inauguraremos um novo ciclo de respeito mútuo entre a classe trabalhadora e este Ministério”, concluiu o secretário-geral da NCST e presidente da Contratuh, Moacyr Tesch.
“A importância estratégica da reunião de hoje, lembrando que foi uma iniciativa do próprio ministro, é de grande relevância para a classe trabalhadora e o movimento sindical. Ele tinha uma visão do Ministério do Trabalho somente pela ótica patronal. Pelas primeiras iniciativas e atos, como a portaria publicada na data de hoje, fica nítido que ele agia somente na dimensão do capital. Hoje houve um resultado concreto no sentido de dizer que é impossível tratar das coisas das relações de trabalho sem considerar a ótica o trabalho. O ministro assumiu o compromisso de rever atos recentemente editados, no sentido da inclusão do campo do trabalho no âmbito das negociações junto ao Ministério. A abertura de diálogo com as representações trabalhistas resgata a normalidade tripartite entre governo, patrões e empregados”, avaliou Domingos.
Publicado originalmente em: Contratuh
* Serviço fotográfico de Júlio Fernandes
Imprensa NCST com colaboração da jornalista Ruth de Souza, assessora de comunicação da CTB